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Enfrentar uma doença mental é sinal de força

A frase do título é do psiquiatra Joel Rennó. Em evento na ONU, especialista pede pelo fim do mito de que transtornos mentais só atingem pessoas "fracas"

Enfrentar uma doença mental é sinal de força

Por mais que se fale e existam informações a respeito, ainda é comum rotular quem sofre com transtornos mentais como fraco. Mas o fato é que doenças que afetam a nossa saúde mental — como depressão e ansiedade — são assuntos sérios e devem ser tratadas com todo o cuidado.

Durante evento online realizado pela ONU Brasil em março, o psiquiatra Joel Rennó, especialista em saúde mental da mulher, chama atenção para aspectos importantes, muitas vezes desconhecidos ou menosprezados.

“Precisamos desmistificar o conceito errôneo de que os transtornos mentais só atingem os ‘fracos’. Enfrentar a doença mental é sinal de força”, disse o diretor do Programa Saúde Mental da Mulher (ProMulher) do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

No encontro, o especialista ainda respondeu a perguntas sobre causas e efeitos dos transtornos mentais, gravidez, menopausa e tratamentos hormonais. O Viva a Longevidade destaca dois tópicos.

O impacto da pandemia na saúde mental 

É comum nos sentirmos e nos declararmos “ansiosas/os” em diversos momentos do dia e normalizarmos certo nível dessa sensação. Essa “confusão” com o estresse do dia a dia está por trás da dificuldade em realizar um diagnóstico precoce sobre a ansiedade.

Já somos uma nação de ansiosos (9,3% segundo a OMS) e a pandemia não ajudou a melhorar esse cenário. Dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostram que a pandemia teve um impacto forte na saúde mental das mulheres: 35% das entrevistadas relataram sofrer de ansiedade.

A causa? Bem, as mais diversas:

  • Cumprimento da dupla jornada
  • Aumento da violência doméstica
  • Questões econômicas
  • Preocupações com o coronavírus
  • Familiares doentes.

Segundo o psiquiatra, quadros leves podem ser tratados com relaxamento, meditação, psicoterapia e atividades esportivas para evitar a evolução para um caso mais grave. Caso isso aconteça, é preciso procurar ajuda médica.

Gravidez e depressão 

A associação entre felicidade e gravidez mascara a incidência de transtornos mentais durante a gestação. De acordo com Rennó, 15% das mulheres têm quadros de depressão ou ansiedade quando esperam um bebê.

O psiquiatra chamou atenção para a importância de se entender o contexto da gravidez e manter o tratamento medicamentoso. Sim, caso a grávida faça uso de remédios para tratar a depressão — ou venha a precisar usar —, ela não deve cortá-los por conta própria.

De acordo com Rennó, entre 3 e 4% das mulheres que não tomam nenhum tipo de medicamento têm risco de ter um bebê com alguma má formação. Esse número cai para 2% quando a mulher toma alguma medicação psicoativa. Ou seja, o não tratamento provoca mais riscos à saúde da mãe e do bebê do que o tratamento.

“Todas as drogas precisam ser muito bem pesquisadas e avaliadas, tanto os riscos quanto os benefícios. Nos quadros leves, a primeira linha de tratamento para depressão pós-parto ou na gravidez é com psicoterapia, não com medicação. Em quadros moderados e graves, é preciso associar a medicação e existem medicamentos que podem ser prescritos com segurança”, disse o psiquiatra.

Quer saber mais sobre saúde mental?

Em abril, o Viva a Longevidade abordou o tema saúde mental. Ouvimos as psiquiatras Carmita Abdo e Érica Pessoa para entender o que podemos fazer para cuidar da nossa saúde mental e como perceber os sinais de que a depressão ou a ansiedade podem ter se instalado.

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