“Os amigos são a família que escolhemos”, afirmam os ditos populares. E isso é realmente verdade. Os amigos são pessoas com as quais estabelecemos vínculos importantes ao longo da vida.
Mas você já parou para pensar em quantos amigos tem atualmente? Ou quantas pessoas seriam capazes de manter uma amizade?
A teoria de Dunbar, desenvolvida pelo antropólogo inglês Robin Dunbar, explora essa questão fascinante. Segundo a pesquisa realizada na Universidade Oxford, as pessoas têm a capacidade de manter, em média, até cinco amizades próximas durante a vida. Isso é significativamente menor do que o número de seguidores que muitos de nós têm nas redes sociais.
A Relação entre o Tamanho do Cérebro e as Conexões Sociais
A teoria de Dunbar baseia-se na relação entre o tamanho do cérebro e o tamanho do grupo com o qual nos relacionamos. Mais especificamente, o tamanho do neocórtex, a região do cérebro associada à linguagem e cognição, em relação ao tamanho do corpo está diretamente relacionado ao tamanho de nosso grupo social. Essa relação determina a complexidade das interações sociais que somos capazes de administrar.
Os estudos de Dunbar e seus colegas foram aplicados também aos seres humanos, examinando dados antropológicos e psicológicos sobre o tamanho dos grupos sociais. Eles descobriram que há limites bem definidos para o número de amigos, colegas e conhecidos que podemos manter. Esses limites se mostraram consistentes em torno do número 150. Se um grupo ultrapassa esse limite, é improvável que dure por muito tempo ou seja consistente.
Além dos 150, Dunbar estabeleceu outros números relevantes em sua teoria. Ele sugere que nosso círculo social mais íntimo é formado por cerca de cinco pessoas, incluindo entes queridos. Em seguida, temos camadas de 15 amigos próximos, 50 amigos, 150 contatos relevantes, 500 conhecidos e 1.500 pessoas que podemos simplesmente reconhecer.
O Papel das Interações Físicas e Digitais
É importante ressaltar que as pessoas em nosso círculo social podem migrar para dentro e para fora desses grupos ao longo do tempo. A teoria de Dunbar também destaca a importância do contato físico na construção e manutenção de relacionamentos.
No entanto, com o advento das interações digitais, especialmente entre os mais jovens, as relações sociais nas redes podem se tornar tão significativas quanto as interações analógicas.
Embora seja comum que as pessoas tenham um número finito de amigos, ainda não se sabe ao certo se essa capacidade está expandindo ou limitando diante das transformações nas formas de interação digital.
Amizade e Longevidade
Antes de buscar um grande número de amigos, é essencial fortalecer os relacionamentos em nosso círculo mais próximo. Isso exige habilidades sociais e um investimento diário em cultivar amizades próximas. Cumprimentar o atendente da padaria, conversar com colegas de trabalho e valorizar as pequenas interações diárias podem ser o início de grandes amizades.
É importante lembrar que ter amigos próximos pode ter um impacto significativo em nosso bem-estar e qualidade de vida. Os laços afetivos despertam emoções positivas, como alegria e felicidade, que são essenciais para o nosso bem-estar geral.
No Dia do Amigo, reflita sobre a importância das amizades em sua vida e cultive os relacionamentos que são significativos para você. Lembre-se de que a qualidade das conexões que estabelecemos é muito mais valiosa do que a quantidade.