Pesquisas mostram que as pessoas estão vivendo cada vez mais e, por isso, há um mercado em extensão: o da população 60+. De acordo com as estimativas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 cerca de 14,7% dos, aproximadamente, 212 milhões de brasileiros eram pessoas idosas.
Ou seja, em números absolutos, os dados representam 31,2 milhões de pessoas acima dos 60 anos.
E a tendência é que esse crescimento seja ainda maior com o passar dos anos: segundo uma projeção do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), provavelmente, em 2100, a população dos mais velhos no país deve representar incríveis 40,3%.
Maduros estão consumindo mais
Conhecida como “economia prateada”, por causa dos cabelos que vão ficando prateados com a idade, ou “economia da longevidade”, o segmento de consumo para esse público é bastante expressivo.
As pessoas idosas têm movimentado cerca de R$ 1,6 trilhão anualmente, é o que mostra a estimativa da agência de marketing e relações públicas norte-americana FleishmanHillard. Entretanto, apesar do constante aumento, que corresponde a quase 20% do consumo no país, quem faz parte da economia prateada ainda encontra vários desafios quando o assunto é comércio de bens e serviços.
Na mesma pesquisa da FleishmanHillard, 72% dos idosos entrevistados disseram que foi identificado certo despreparo nas lojas, e outros 65% disseram que não acreditam na adequação das marcas para atender suas necessidades.
Já para 52% deles, é comum ter dificuldades na hora de encontrar produtos que atendam suas vontades.
Mudanças nos hábitos das gerações
A pandemia foi um dos fatores que mais contribuíram para que a sociedade refletisse sobre valores, comportamentos e até mesmo os propósitos de vida. E foi justamente nesse período que os interesses também mudaram: de forma geral, o desejo de ter não somente uma vida mais longeva, como uma vida com mais qualidade, se fez mais presente.
Para lidar com essas mudanças, é preciso desconstruir antigos paradigmas e pensar num mercado mais receptivo e atrativo para todos. Estamos vivendo mais e consumindo mais e, por conta dessa questão, deve-se pensar também nas ofertas de mais serviços, como: lazer, diversidade, cultura, viagens e conveniências que sejam acessíveis e atrativas para todas as gerações.
Considere que quanto mais experiência de vida tem uma pessoa, mais exigente ela se tornará na hora de escolher o que comer ou onde se hospedar, por exemplo. Também é necessário pensar em serviços de acolhimento e bem-estar.
No cenário em que a longevidade está cada vez mais recorrente, a economia prateada só tende a se expandir.
LEIA TAMBÉM: O segredo dos centenários
A ascensão digital do público 60+
O aumento da longevidade é motor para a ascensão dos mais velhos também no nicho digital. De acordo com o relatório de Consumo 2022, do Euromonitor International, 45% dos consumidores com 60 anos ou mais acessaram serviços bancários pelo menos uma vez nos últimos dois anos e 82% possuíam um smartphone.
Portanto, é essencial imaginar que essa parte da população também está inserida do meio digital assim como qualquer outra na hora de consumir. É um público mais experiente, portanto mais exigente: para os maduros, a valorização das interações humanas no relacionamento com as empresas e contratações de serviços também é um fator indispensável.
Afinal, diferente do que muitos possam acreditar, o convívio social e o processo de aprendizagem não devem se estagnar nunca. Continuar a aprender é um dos pilares da longevidade humana.
Não é à toa que especialistas já demonstraram que um olhar curioso, aliado à vontade de absorver novos conhecimentos, são componentes essenciais para o envelhecimento ativo e saudável.