Você já ouviu falar de envelhecimento ativo? Ele pode ser explicado como um processo de geração e otimização de oportunidades que levem uma melhor qualidade de vida às pessoas à medida que elas ficam mais velhas.
O Brasil conta cada vez mais com pessoas mais velhas na pirâmide etária – já são 30 milhões de 60+ entre nós e, em 2030, serão 42 milhões. Além disso a expectativa de vida por aqui vai aumentando de pouquinho em pouquinho.
Desde 1940 — portanto, em um espaço menor do que 100 anos — ganhamos 31 anos a mais de vida. Uma rapidez impressionante, uma verdadeira revolução da longevidade, como cita Alexandre Kalache, consultor de longevidade para a Bradesco Seguros.
“A palavra ‘ativo’ [do conceito de envelhecimento ativo] refere-se à participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente à capacidade de estar fisicamente ativo ou de fazer parte da força de trabalho”, diz trecho do livro Envelhecimento ativo: uma política de saúde, editado pela Organização Mundial da Saúde.
Na pesquisa Oldiversity, realizada pelo Grupo Croma, é possível ver alguns indícios de que os brasileiros começam a prestar mais atenção aos desafios que terão pela frente.
A começar pela consciência de que nossa estrutura demográfica vai mudar: 67% dos entrevistados disseram ter noção de que a população passa por um processo de envelhecimento e que, em alguns anos, teremos muitos idosos. No recorte feito entre os mais velhos, essa percepção é ainda maior, 82%.
Também há indícios de que os brasileiros estejam olhando com mais atenção a como viver os 31 anos a mais ganhados ao longo de oito décadas. Os entrevistados dizem investir na qualidade de vida para o futuro (63%), pensar em como ser mais produtivos (71%) e se preocupar em como se manter no futuro (85%).
“Em um projeto de envelhecimento ativo, as políticas e os programas que promovem saúde mental e relações sociais são tão importantes quanto aquelas que melhoram as condições físicas de saúde”, destaca a OMS.
Confira, a seguir, quatro conceitos que ajudam a entender o que é o envelhecimento ativo.
1. Autonomia: durante toda nossa vida precisamos tomar decisões, e a autonomia é justamente saber controlar e lidar com elas diariamente. Ainda mais quando essas decisões são baseadas em nossas regras e preferências.
2. Independência: é poder executar funções relacionadas ao que você faz no dia a dia, sem precisar da ajuda de outra pessoa ou de um grupo delas.
“Manter a autonomia e independência durante o processo de envelhecimento é uma meta fundamental para indivíduos e governantes.” Organização Mundial da Saúde
3. Qualidade de vida: a OMS indica que a autonomia e a independência são dois fatores que determinam fortemente a qualidade de vida. Esse conceito incorpora fatores como o bem-estar físico e mental, relações sociais, crenças e o ambiente.
4. Expectativa de vida saudável: esse conceito pode ser considerado como o tempo que uma pessoa pode viver sem precisar de cuidados especiais durante o processo de envelhecimento.