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Como o metaverso pode (num futuro próximo) impactar a nossa vida?

A próxima fase da internet é caracterizada pela imersão no ambiente digital. Saiba um pouco mais sobre o conceito do momento.

Como o metaverso pode (num futuro próximo) impactar a nossa vida?

Imersão. Talvez seja esta a melhor palavra para tentar explicar o significado de metaverso. Apesar de não estarmos vivendo (ainda) uma verdadeira Matrix semelhante ao filme de 1999, dirigido pelas irmãs Wachowskis, nosso corpo e mente conseguem criar consciência e percepções ao usarmos diversas tecnologias embarcadas em smartphones, tablets e até mesmo TVs.

Por exemplo, a troca de mensagens com a família e amigos no WhatsApp, rolar o feed do Instagram, pagar boletos com Pix. Todas essas interações tecnológicas são imersivas a ponto de nos causar alguma sensação: felicidade, ansiedade, alívio, entre outras.

Você sabia?

O metaverso não é um conceito novo. Sua origem vem lá da década de 1980 quando o autor William Gibson, junto com Bruce Sterling e John Shirley, criou o gênero ficcional cyberpunk. Em 1992, com o livro Snow Crash, foi a vez de o escritor Neal Stephenson narrar o cotidiano em um metaverso.

Mas em que essa imersão atual difere da proposta do metaverso, palavra tão em evidência depois do Facebook Inc. (controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp) anunciar, em outubro deste ano, a mudança para o nome Meta, em meio a denúncias promovidas por uma ex-funcionária? Para os especialistas entrevistados pelo Viva a Longevidade, a diferença é que as experiências imersivas hoje são feitas por meio de telas e de dispositivos conectados.

“Se for parar para pensar, a gente está no metaverso há um bom tempo”, explica Thiago Toshio, produtor de conteúdo imersivo e consultor de inovação. Já pensou nisso? Uma palavra (metaverso) que acabou de chegar e na realidade já estamos vivendo e experimentando há algum tempo?

“Metaverso pode ser explicado como uma projeção de você em um mundo virtual onde suas ações nesse mundo podem impactar no mundo real.” - Beto Macedo

Veja um exemplo. O Mirror é um espelho que funciona também como uma academia virtual. Nele, um personal trainer aparece no display para dar aula ao usuário. Apesar de ser um espelho e de fornecer uma imersão na experiência, ainda é uma experiência feita através de uma tela.

“Só que agora a gente dá um passo a mais. Ao invés de ‘olhar’ para esse universo por meio de uma janela (as telas) e interagir com o conteúdo que está lá, agora a gente vai ‘pra dentro’ do metaverso”, conceitua Toshio.

Isso vale também para os óculos e fones de realidade virtual disponíveis no mercado, dispositivos que são uma espécie de porta de entrada para esse “passo a mais”. Beto Macedo, diretor executivo de desenvolvimento e operações do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), explica que esses dispositivos ainda precisam de um controle semelhante aos de videogame para que uma pessoa consiga manipular experiências em um ambiente virtual. Mas a evolução é tamanha que já existe tecnologia para trazer um pouco mais do mundo real (como a pressão e peso das coisas) para o mundo virtual.

Como vamos ficar “dentro” da internet

Já existe tecnologia disponível para que o metaverso seja algo real. O Thiago Toshio compartilhou com a gente uma lista com alguns projetos que já estão no ar e que podem ser acessados.

Mas quais são os componentes que permitem a existência do metaverso? Listamos abaixo alguns aspectos que são essenciais para o futuro da internet.

  • Hardware: as tecnologias físicas, dispositivos para fazer a imersão na internet. O principal hardware da internet dos dias de hoje é o celular. Na internet do futuro, possivelmente serão os óculos de realidade virtual.
  • Rede: para todo esse mundo funcionar, é preciso conexão para que o mundo virtual seja possível. Aqui entram a largura da banda (a quantidade de dados a ser transmitida em uma unidade de tempo), a latência (o tempo que o dado leva para ir de um ponto a outro e voltar) e a confiabilidade (o quanto a conexão é sustentável).
  • Computação: é preciso de poder de computação para criar o universo virtual.
  • Plataformas virtuais: é onde será “vivido” o metaverso.

Para entender mais sobre metaverso

Separamos alguns conteúdos com mais exemplos sobre o que é metaverso. Confira.

- Snow Crash, de Neal Stephenson

Disponível na Amazon.

- O que é metaverso?, do canal Nerdologia

Disponível no YouTube.

- Jogador nº 1, de Steven Spielberg

Disponível na HBO Max.

- A origem, de Christopher Nolan.

Disponível na HBO Max.

- Trilogia Sprawl, de William Gibson

Disponível na Amazon.

- Death Burguer, ilustrações de cyberpunk por Josan Gonzalez

Disponível em ArtStation.

E como o metaverso vai impactar nossas vidas?

Ainda não existe um metaverso, digamos, único. O que existe são alguns projetos independentes de multiverso que ainda não se conversam. Toshio destaca que ainda estamos bem no começo de toda essa história, mais ou menos como aconteceu com a internet desde o seu surgimento.

(Você já parou para pensar o quanto a internet que conhecemos hoje evoluiu desde meados da década de 1990, quando passou a ser comercializada no Brasil?)

E, se a promessa do metaverso é promover experiências imersivas a ponto de a pessoa realmente achar que está em um universo paralelo, algumas iniciativas já trabalham esse tipo de imersão para diversos fins, como o Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, que usa um ambiente virtual para ajudar mulheres em trabalho de parto.

Abaixo, separamos alguns impactos positivos que o metaverso pode provocar nos pilares da longevidade nos próximos anos.

Pilar 1: Saúde/Bem-estar

O metaverso pode ter um caráter terapêutico em diversas situações envolvendo a saúde e bem-estar de uma pessoa. Atualmente, a Universidade de Washington, o Hospital Infantil de Los Angeles e o Cedars-Sinai Medical Center (Los Angeles) têm programas envolvendo ambientes sintéticos para ajudar vítimas de queimaduras, pacientes infantis e mulheres em trabalho de parto, respectivamente.

“O uso do metaverso pode ajudar no tratamento de traumas, por exemplo, ao criar um espaço acolhedor para a pessoa e tirá-la de um ambiente real e hostil”, comenta Beto Macedo, Diretor Executivo de Desenvolvimento e Operações do Cesar.

Outra possibilidade é a criação de ferramentas para atividades físicas e exercícios. Como Thiago Toshio explica, já existem protótipos de headband com sensores e um óculos de realidade virtual para que os dispositivos façam uma leitura da sua concentração durante uma meditação ou treinamento lógico.

Pilar 2: Conhecimento

A educação pode expandir fronteiras do trabalho e das relações sociais, como Beto Macedo sugere. Ele acredita que, no quesito educação, haverá mais dinamismo nas aulas. “A disciplina é história e a aula é sobre as pirâmides do Egito. Em vez de o professor somente falar, imagina levar os estudantes para explorar o local como se estivessem realmente lá?”, disse.

Pilar 3: Convivência

Aqui a palavra-chave é intergeracionalidade. De um lado, o metaverso vai promover um intercâmbio de experiências ao unir jovens, adultos e pessoas longevas em um único ambiente. Do outro, é a possibilidade de integrar pessoas com deficiências e outras limitações. “Imagine levar uma pessoa com mobilidade reduzida para ‘viajar’ com a família dentro do metaverso?”, questiona o executivo do Cesar.

Pilar 4: Financeiro

Se você já jogou Banco Imobiliário, sabe bem como funciona a dinâmica. Você recebe uma quantidade de dinheiro e alguns imóveis. Macedo afirma que essa percepção do jogo será bem parecida no metaverso e a vantagem é que, no ambiente virtual, as pessoas poderão aprender na prática como investir, como economizar dinheiro, como realizar transações. “Vão aprender o que não é ensinado a nós no mundo real: educação financeira.”

Outro impacto está no mercado de trabalho. Não só no surgimento de novos profissões para atender as demandas da nova geração da internet, mas no aproveitamento da mão de obra sênior que não mais terá uma barreira física para realizar o seu trabalho onde quer que seja.

 

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