Sempre nos pegamos querendo incorporar um novo hábito para conquistarmos mais saúde e bem-estar, como tomar mais água, fazer um curso ou adotar alguma atividade física. Podemos até começar a praticá-los, mas por que é tão difícil consolidar essas mudanças no nosso cotidiano?
A cientista de dados e comportamento, Pragya Agarwal, autora do livro Sway: Unravelling Unconscious Bias, em tradução livre Oscilações: Desvendando o Viés Inconsciente, afirma que é preciso muito esforço cognitivo para mudar os padrões que já construímos. Tendemos a repetir modelos já estabelecidos, mesmo quando não dão o resultado que desejamos; é o chamado “viés da familiaridade”. Ela fala sobre isso no artigo Como o cérebro nos impede de aprendermos com nossos próprios erros.
Além disso, o cérebro foi moldado para poupar energia e não cria um novo caminho se não for necessário, muito menos ainda se não houver uma recompensa imediata. Por isso, para construir hábitos, aquilo que nós fazemos sem necessidade de parar para pensar, é tão difícil.
Mas quanto tempo precisamos repetir uma ação até que ela entre no piloto automático? Um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade da Austrália, concluiu que precisamos de dois meses a um ano para consolidar um novo hábito, o período varia de pessoa para pessoa, mas eles garantem que se mantivermos pelo menos seis meses a nova atividade, a chance de torná-la um hábito aumenta significativamente.
Um dos erros que cometemos é tentar mudar drasticamente a nossa rotina. Por exemplo, ao querer sair do sedentarismo, irmos direto praticar corrida. O desconforto inicial pode ser tão grande que nos leva à desistência e voltamos à estaca zero. Para isso não acontecer, podemos contar com a técnica dos micro-hábitos. Por exemplo: se eu quero começar a me exercitar, posso começar estacionando o carro a uma quadra do trabalho. A ideia é mudar algo pequeno dentro de uma atividade que já está incorporada na nossa rotina.
Essa estratégia foi amplamente divulgada, através do livro Micro-hábitos: As pequenas mudanças que mudam tudo, de autoria de B. J. Fogg, pesquisador da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, que se autointitula designer comportamental.
Para Fogg, quando colocamos na balança facilidade e motivação, nosso cérebro opta pelo primeiro. Por isso, em vez de nos sentirmos desmotivados por não conseguirmos implementar uma rotina mais saudável, devemos focar no que é fácil mudar.
O cientista também nos orienta a sermos generosos conosco. Em vez de desistir quando não conseguirmos fazer o que nos propusermos, devemos analisar como adaptar a atividade de forma que ela funcione melhor para gente.
Mais do que nos culparmos pelas falhas, o importante é comemorar os avanços. Pouco a pouco vamos implementando mudanças que vão fazer muita diferença no nosso bem-estar e isso não é pouco.
Mude devagar, mas mude de verdade
Você não precisa transformar sua vida de uma vez para conquistar mais bem-estar. Comece pequeno. Um passo por vez, um micro-hábito por dia - e os resultados virão com leveza e constância.
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Descubra o poder dos micro-hábitos para conquistar uma vida mais saudável
É difícil transformar ação em hábito, mas estudos mostram que pequenos passos podem levar a grandes mudanças.

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