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Outubro Rosa
Por que a prevenção é tão importante?
O calendário e a paleta de cores em todo tipo de propaganda não nos deixa esquecer. Se você morar perto de algum cartão postal, então, aí que não tem jeito mesmo: Cristo Redentor, MASP, Elevador Lacerda. Todos, do dia para noite, são iluminados por luzes cor de rosa. Faz parte do nosso lembrete anual de que todo décimo mês do ano é sinônimo de prevenção ao câncer de mama.
Iniciado nos EUA durante a década de 1990, o Outubro Rosa visa chamar a atenção para o combate ao câncer de mama. A ideia é que ao iluminar pontos turísticos e fazer ações publicitárias, a população lembre do assunto e volte a discutir a importância de realizar exames preventivos. Nem que isso ocorra apenas uma vez por ano.
Por que é tão importante que diferentes nações se mobilizem em torno dessa causa específica? O combate ao câncer de mama precisa ser lembrado anualmente? E durante um mês inteiro? A resposta rápida para essas perguntas é simples: sim. E dá para entender bem o por quê disso.
Quão perigoso é o câncer de mama?
Depende de quando a doença é detectada. Ele é o segundo tipo de câncer mais diagnosticado em mulheres, atrás apenas do câncer de pele. O número de óbitos é o primeiro do ranking. “O câncer de mama equivale à 25% dos total de cânceres do mundo, e é a causa mais frequente de morte por câncer nas mulheres”, afirma Andressa Amorim, médica da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Como garantir a detecção precoce, e qual a importância dela?
O método mais indicado para a detecção do câncer é a mamografia. O exame é relativamente simples: um aparelho comprime os seios para visualizar melhor as estruturas da mama, enquanto um raio X é disparado para que a leitura seja completa.
Apesar de ser um pouco incômodo para algumas pacientes, o exame é imprescindível. “O impacto do rastreamento mamográfico na redução da mortalidade por câncer de mama pode chegar de 25 a 30%. A alta mortalidade associada ao câncer de mama se deve, na maioria dos casos, à sua detecção tardia”, afirma Amorim. Se diagnosticado precocemente as chances de cura do câncer chegam à 95%.
O autoexame é uma maneira complementar de prevenção, mas não é recomendado como forma de diagnóstico ao câncer de mama, porque passa uma falsa sensação de segurança. “O autoexame não é capaz de identificar lesões pré-malignas, lesões muito pequenas, antes de se tornarem câncer, propriamente dito. Ou seja, não consegue descobrir as lesões quando elas podem ser tratadas com mais facilidade”, afirmou, à Agência Brasil, Antônio Frasson, presidente do Conselho Deliberativo da SBM.
O principal problema é que o autoexame dificilmente detecta tumores menores do que um centímetro. E apesar de ser útil para que mulheres se sintam mais à vontade e conheçam seus próprios corpos, a prática não oferece um diagnóstico tão efetivo quanto uma mamografia.
Com que frequência a mamografia deve ser feita?
Mulheres a partir dos 40 anos devem fazer anualmente, mas quem estiver em grupos de alto risco deve começar aos 30. Quem é mais nova, no entanto, também deve ficar de olho. “A mamografia diagnóstica, que é aquela solicitada quando algumas alterações passam a ser visíveis, deve ser realizada em qualquer idade sempre que necessário”, afirma Amorim.
Quais são os grupos de risco?
Mulheres com fatores genéticos e hereditários como histórico familiar de câncer de ovário, casos de câncer de mama na família, histórico familiar de câncer de mama em homens, alteração genética (especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2) devem estar atentas a um possível desenvolvimento da doença.
Há também os questões reprodutivos e hormonais. Alguns sinais de alerta são: primeira menstruação antes de 12 anos, primeira gravidez após os 30 anos, parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos, ter feito reposição hormonal pós-menopausa (principalmente por mais de cinco anos).
Fatores comportamentais e ambientais, tais como obesidade e sobrepeso após a menopausa, consumo de bebida alcoólica, sedentarismo e inatividade física aumentam os riscos.

Em casos de câncer de mama, quais são os sinais de alerta que o corpo dá?
- Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos.
- Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres de qualquer idade.
- Saída de líquido sanguinolento ou transparente igual água pelo mamilo.
- Lesão eczematosa (irritações) da pele que não responde a tratamentos tópicos.
- Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja.
- Retração na pele da mama.
- Mudança no formato do mamilo.
Caso você identifique alguma destas alterações, procure um médico para investigar as causas dos sintomas.
A Covid pode atrapalhar o diagnóstico?
A pandemia de Covid-19 reduziu as ações de prevenção ao câncer de mama. O Ministério da Saúde afirmou que o número de mamografias feitas no SUS entre janeiro e julho foi bateu o número de 1,1 milhão. Nos anos anteriores, no mesmo período, tínhamos 2,1 milhões de mamografias registradas.
“A redução em 45% das mamografias realizadas pelo SUS poderá trazer um prejuízo para as mulheres com a possibilidade de aumento do tumor e menor chance de cura e de sobrevida mais longa, já que o diagnóstico e tratamento provavelmente estão sendo postergados”, afirma Amorim.
Desde a criação do movimento, talvez este seja o ano em que esse mês seja mais importante.
“É no mês de outubro que conseguimos chamar a atenção para essa doença tão importante, e consequentemente aumentar o número de mamografias”, conta Amorim.
Os monumentos cor de rosa, de repente, ficaram ainda mais bonitos.